5 filmes franceses essenciais para a vida
- Felipe Rico
- 9 de dez. de 2015
- 3 min de leitura
Um dos mais cultuados da sétima arte, o cinema francês é repleto de obras-primas e grandes gênios em sua história, e muita de suas obras, realmente, mudaram a forma de como se fazer filme. Com o grande sucesso de seus filmes contemporâneos com o público, o Culturalizando aborda 5 filmes franceses que nos dão um olhar mais, que nos causam uma reflexão e nos fazem questionar o mundo a nossa volta ou simplesmente o nosso interior. Aprecie.
1. Les Quatre Cents Coups (Os Incompreendidos)

Uma verdadeira obra-prima da nouvelle vague, Os Incompreendidos narra a história de Antoine Doinel, um jovem francês que tenta achar uma fuga para a incompreensão e a insensibilidade dos homens. Rejeitados pelos pais e aluno de um sistema educacional opressor, totalmente equivocado e sem nenhuma compaixão, o jovem francês se rebela. Na mais nítida imagem da juventude, Doinel começa a faltar as aulas para ir ao cinema ou brincar com seus amigos, e, tempos depois, começar a cometer pequenos furtos, tentando chamar a atenção de uma sociedade que não o compreende, que não o escuta, nem a ele e nem as outras crianças e adolescentes. Ao invés de escutá-las, impõe-se regras, ordens e obrigações desnecessárias em suas escolas.
Um filme de uma sensibilidade bela e que clama por LIBERDADE. Título obrigatório na filmografia de Truffaut e que possui, possivelmente, a mais bela cena final da história do cinema.
2. Vivre Sa Vie (Viver a Vida)

A jovem Nana abandona marido e filho para buscar uma carreira como atriz. Durante um período ela tenta ganhar dinheiro vendendo discos em uma loja, mas como não consegue o suficiente para sua sobrevivência, acaba recorrendo à prostituição. Após se apaixonar outra vez, Nana começa a repensar sua vida.
Nada mais que uma fala do filme para retrata-lo: “Eu acho que somos sempre responsáveis pelo que fazemos. Somos livres! Eu levanto minha mão, sou responsável. Viro a cabeça pra direita, sou responsável. Estou triste, sou responsável. Fumo, sou responsável. Fecho meus olhos, sou responsável. Esqueço que sou responsável, mas eu sou. Querer fugir é uma piada. Tudo é belo! Você se interessa por algo e isso se torna belo. Afinal, as coisas são como são, nada mais. Uma mensagem é uma mensagem. Pratos são pratos. Homens são homens. E a vida é a vida!”
Uma obra de arte de Godard.
3. Hiroshima, Mon Amour (Hiroshima, Meu Amor)

“Durante sua participação num filme sobre a paz, rodado em Hiroshima, uma atriz francesa tem uma aventura amorosa com um japonês, o que reaviva nela lembranças de uma trágica paixão durante a Ocupação. Entre o passado de guerra e o presente de incertezas, ele e ela tentam tornar imortal este encontro fortuito, através da mistura de tempos, recordações e corpos.”
Hiroshima, meu amor é um dos daqueles filmes que se enquadra no gênero “filme-poesia”. Um filme que fala de dores do passado, sofrimento, experiência e morte. De lembranças que queremos esquecer, que torna a vida desesperadora e a inevitabilidade do esquecimento como processo de amadurecimento e autopreservação humana. Uma obra de arte de Alain Resnais.
4. Deux jeurs, une nuit (Dois dias, uma noite)

Sandra está de licença médica do trabalho devido a uma depressão, mas, quando volta, ela se depara com uma ingrata surpresa: seu chefe está criando uma manobra para causar sua demissão, oferecendo aos funcionários um bônus, que só ganhariam se votassem a favor da demissão de Sandra, do contrário não receberiam bônus e outra pessoa seria demitida no lugar dela. Sandra, então, tem apenas um fim de semana para fazer seus colegas mudarem de ideia, batendo na porta de cada um, tentando convence-los de escolher a ela, em vez do bônus.
Com um roteiro simples que aborda gente comum, o filme reflete se, nesse mundo cada vez mais egoísta e “dominado” pelo dinheiro, ainda existe empatia. Se ainda há pessoas que se colocam no lugar dos outros e tentando entendê-lo. A mensagem final é uma bela sacada dos irmãos Dardenne.
5. Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)

A inocente Amélie deixa a vida que levava com sua família para morar em Paris, onde arranja um emprego de garçonete. Certo dia encontra em sua casa, escondida no banheiro, uma pequena caixa, que supõe ser uma caixa de lembranças do antigo morador. Ela decide procurá-lo, e ao encontrá-lo, fica impressionada com a alegria do dono ao receber o objeto. A partir de então Amélie tem uma nova visão do mundo, e resolve consertar a vida dos outros através de suas pequenas travessuras. Ela busca a felicidade tornando os outros felizes e não se satisfazendo.
Totalmente minimalista, Amélie Poulain tem uma simples proposta: dê valor aos pequenos detalhes da vida e às pequenas pessoas que passam por ela, pois é nessas coisas que está a felicidade. Um filme que retrata toda a delicadeza que é o cinema francês.
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