O Dia Que a Música Morreu
- culturalizando
- 1 de mar. de 2015
- 2 min de leitura
Por: André Galli

Na madrugada do dia 03 de fevereiro de 1959, por volta de 1 hora, a queda de um avião monomotor em um campo coberto de neve no estado do Iowa, EUA, matou na hora três homens cujos nomes ficariam gravados para sempre na história do rock’n’roll: Buddy Holly, 22 anos, Ritchie Valens, 17, e J.P. "The Big Bopper" Richardson, 28.
Os três artistas, entre outros, participavam de uma série de shows, chamada Winter Dance Party, em meio a um rigoroso inverno com neve. Na noite anterior, após show na cidadezinha de Clear Lake, embarcaram no avião (um Beechcraft Bonanza) para um voo de pouco menos de 500 km. O último lugar disponível foi disputado por cara-ou-coroa e ganho por Ritchie Valens. O piloto não tinha experiência em voar com instrumentos e não soube se orientar com o mau tempo e caiu em um milharal de Albet Juhl, alguns minutos depois da decolagem.
Retratado posteriormente na canção "American Pie", do cantor e compositor Don McLean, o incidente ficou conhecido como “o dia em que a música morreu” ou “o dia em que o rock morreu”.
Mais do que uma simples tragédia, o episódio, segundo o historiador Jim Dawson, autor de diversos livros sobre a música daquela época, foi o primeiro marco do rock'n'roll, a primeira morte e marcou o fim da era de ouro do rock, que já estava desfalcado de Little Richard, que se tornou pastor evangélico no final de 1957, Jerry Lee Lewis, que caiu em desgraça um ano mais tarde, após se casar com uma prima de 13 anos de idade e Elvis Presley, convocado para o serviço militar.
No local do acidente, a 8 km de estrada a partir de Clear Lake, um memorial traz uma pequena cruz e uma chapa de metal em forma de guitarra e discos, que ficam adornados com flores no verão. (Foto: AP)
Com apenas 22 anos, Buddy Holly já havia se tornado um dos primeiros artistas a compor, gravar e produzir os próprios discos, o que lhe prometia uma longa carreira. Coma morte precoce, a carreira de Holly foi curta, entretanto, não deixaria de ser uma das principais influências para a geração britânica que revolucionaria a música pop nos anos 60. Os Beatles, além de terem se inspirado nele quando decidiram compor suas próprias canções, tiraram seu nome (“os besouros”) da banda de apoio de Holly, The Crickets (“os grilos”). “Not Fade Away”, um dos primeiros sucessos dos Rolling Stones foi um cover do cantor. Entre os sucessos de Buddy estão "That'll Be The Day" e "Peggy Sue".
Ritchie Valens foi um dos primeiros músicos a inserir a influência mexicana no rock, inspirando gerações de músicos hispânicos nos Estados Unidos. Morto aos 17 anos, era um dos novos nomes que surgiam no cenário pop da época. Ficou conhecido por clássicos como “La Bamba”, gravado poucos meses antes do acidente, e “Donna. Sua vida foi retratada no filme “La Bamba”, de 1987.
J.P. “The Big Bopper” Richardson, era um carismático disc jockey e compositor. É conhecido por façanhas como ter quebrado o recorde de permanência no ar, quando discotecou numa rádio por 5 dias seguidos em 1957 e em 1958 por criar um dos primeiros videoclipes da história, para “Chantilly Lace”.
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