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Resenha – Cartas na Rua (Charles Bukowski) – O Velho Safado

  • Foto do escritor: culturalizando
    culturalizando
  • 1 de mar. de 2015
  • 2 min de leitura

“Cartas na Rua”, lançado em 1971, foi o primeiro romance de Charles Bukowski. Possui 192 páginas e é comercializado no Brasil pela L&PM Pocket e está à venda em todo Brasil. Nesta quase biografia, Bukowski narra suas memórias e desventuras através de seu alterego, Henry Chinaski, um homem de meia idade, dado a bebedeiras, sempre de ressaca, aficionado por corridas de cavalos e chegado às mulheres, que se candidata a vaga de carteiro temporário no início dos anos 50, para entregar cartões de Natal e ganhar algum dinheiro, porém, entre idas e vindas, perseguido por cachorros raivosos e por Jonstone, um carrasco que escolhe as piores rotas e sempre o coloca nos relatórios por chegar atrasado, vai passando os dias e depois os anos, nesse trabalho que considera degradante.


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Quando Chinaski pede demissão, Betty, com quem divide um apartamento e mantém uma espécie de relacionamento, começa a trabalhar. Embora, ele mantenha as despesas, ela sente-se ofendida pelos pensamentos dos vizinhos, que acreditam que ela o sustenta, e eles se separam. Ele perde a mulher e o cachorro. Mais tarde, Henry se junta a Joyce, uma garota rica e mimada (ele ainda não sabia), vende seu carro por 10 dólares e juntos embarcam em um ônibus para o Texas. Porém, decidem voltar para a cidade, ele volta ao emprego nos Correios, ela começa a trabalhar na Prefeitura e logo se apaixona por um empregado do escritório. Eles se separam. Em uma das suas muitas visitas ao hipódromo, o carteiro se interessa por Fay, uma mulher que anda sempre de preto e diz estar protestando contra a guerra. Passaram a morar juntos, ela engravida e dá à luz a uma menina chamada Marina. A mulher resolve se

mudar e Henry aceita pagar-lhe uma quantia por mês. Fay ficou com marina e Chinaski com o gato.


De escrita quase coloquial, mas que conquista o leitor, e com uma narrativa direta e hilária, este pequeno livro está repleto de histórias sobre porres, ressacas, brigas, mulheres. Muitas mulheres! Com passagens emocionantes, como o nascimento de sua filha, e um final de arrepiar, “Cartas na Rua” é um marco na obra de Bukowski. Sem dúvidas, um clássico para ser apreciado sem moderação.


Curiosidade: Em “Cartas na Rua”, Chinaski, que aparece posteriormente em outras obras do autor, ainda não se enxerga como escritor e nem faz da máquina de escrever sua companheira inseparável. Nos romances seguintes, a personagem está sempre dividindo seu tempo entre trabalhos temporários, álcool, mulheres e a atividade de escritor.


Charles Bukoski (1920-1994) nasceu na Alemanha e mudou-se ainda criança para Los Angeles. Com 24 anos publicou seu primeiro conto e somente aos 35 anos começou a publicar poesias. Trabalhou por 14 anos nos Correios. Casou, teve uma filha e se separou. Sua obra é marcadamente autobiográfica e retrata personagens à margem do sonho americano. Ao longo de sua vida, publicou mais de 45 livros de poesia e prosa, além de seus 6 romances: “Cartas na Rua” (1971), “Factótum” (1975), “Mulheres” (1978), “Misto-Quente” (1982), “Hollywood” (1989) e “Pulp” (1994). É considerado o último escritor “maldito” da literatura norte americana.

 
 
 

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